Como foi possível acompanhar ao longo do mês de janeiro deste ano, o missionário Alberto Kloster, esteve em Guajará-Mirim-RO para fazer um levantamento de dados e conhecer um pouco melhor aquela Diocese, para que nós, da Comissão Arquidiocesa do Anúncio, possamos elaborar um projeto de envio de leigos para lá.
Leia, abaixo, a entrevista que o missíonário deu para a Pedrina de Souza, Coordenadora da Comissão:
Breve biografia: Alberto Kloster Filho (50), casado com Beliuza Aparecida Kuliaka Kloster, dois filhos, paranaense de Pitanga, trabalhou como Policial Militar na região por 25 anos, participa da Paróquia São Francisco de Assis, em Maringá. No ano de 2009, juntamente com a esposa, passaram 08 meses em missão na Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau.
1. Pedrina Souza: Em visita a Guajará-Mirim-RO, qual foi sua primeira impressão?
Alberto Kloster Filho: Foi uma surpresa agradável chegar a Guajará-Mirim. Quando vamos viajar à região amazônica temos a idéia que encontraremos uma floresta fechada, animais selvagens e silvestres, cidades pequenas e sem nenhuma infra-estrutura. Encontrei uma cidade de médio porte (mais de 40.000 habitantes), bonita, bem planejada com ruas amplas. Além disso, fui muito bem recebido pelo Padre João Caruana e encontrei um povo simples e acolhedor.
2. P.S. Como é a infra-estrutura do município?
A.K.F. O município é o segundo maior do Brasil em território; em 1993 foi declarado área de livre comércio para favorecer o desenvolvimento industrial e comercial da região, mas até o momento não se conseguiu a industrialização almejada. A SUFRAMA instalou um escritório e uma estrutura para despacho das mercadorias e o comércio foi incrementado, mas não houve a geração de empregos que se esperava. A cidade tem um bom sistema de saúde com dois hospitais, sendo um deles administrado pela Diocese de Guajará-Mirim. A Diocese também mantém o projeto Despertar que visa a profissionalização de jovens e adultos.
3. P.S. Em termos de missão, o que existe e o que poderia ser trabalhado com as comunidades?
A.K.F. A paróquia Nossa Senhora Aparecida – paróquia da qual o Padre Genivaldo é o pároco – está localizada numa região da cidade onde há o maior número de famílias carentes, tendo inclusive algumas que retiram alimentos do “lixão” para seu sustento. Por isso, há muito a ser feito e o Padre Genivaldo espera muito de nós, pois tem um ótimo projeto de trabalho, mas enfrentará dificuldades financeiras para realizar.
A visita missionária e encontro com as famílias, realizada em janeiro de 2009 pelos missionários da Comissão Arquidiocesana do ANÚNCIO de Maringá é sempre lembrada pelo povo, que aguarda, como saudades, uma nova visita. Mas eu acredito que, além das visitas, enquanto Comissão Arquidiocesana, podemos pensar em algo mais eficaz para melhor a condição de vida daquelas pessoas. Por exemplo: a paróquia tem um projeto de elaboração e distribuição de “sopão”, onde é feito o cadastramento das famílias mais carentes, poderíamos pensar em algo que contribuísse neste projeto; também há um trabalho de incentivo de hortas comunitárias, neste também cabe ajuda de nossa parte.
4. P.S. Diante de tudo o que viu e presenciou quais as expectativas para o futuro?
A.K.F. Devemos continuar fazendo as visitas missionárias e encontros com as famílias com um levantamento das pessoas não batizadas, que não freqüentam a catequese e casais para regularização; ministrar formações para lideranças comunitárias, os quais conhecendo a realidade de suas comunidades dariam continuidade no trabalho iniciado; realização de uma colônia de férias para crianças e jovens; podemos também apoiar, até mesmo financeiramente, os padres que lá estão em seus projetos sociais, etc.
P. S. Em nome da Comissão Arquidiocesana do Anúncio e de toda Arquidiocese, eu agradeço a você Alberto, pelo desprendimento e boa vontade que teve indo para Guajará-Mirim e realizando este levantamento para que possamos dar início a este tão aguardado projeto de envio de leigos para nossa Igreja-Irmã.
Que Nossa Senhora sempre interceda por seus projetos pessoais também; que você tenha um excelente retorno à Bafatá e conte conosco para tudo o que precisar. Deus te abençoe, missionário marigaense.
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